AUDIÊNCIA PÚBLICA (discurso feito por Horacio Severi - Mubpel)
Olá a todos, muito bom dia. Me chamo Horacio, sou professor, casado, pai de um filho de 10 anos. Faço parte do MUBPel (Movimento de Usuário de Bicicleta de Pelotas) que há 6 anos luta por uma Política de trânsito que abrace a questão do ciclista com o mesmo afeto e dedicação como se abraça e protege um filho. Política que considere o ciclista em suas projeções, intervenções e planejamento de forma constante e efetiva.
Em primeiro lugar gostaria que este Governo Municipal agisse dessa maneira, de forma direta e sem rodeios, minimizando a problemática do uso da bicicleta em nossa cidade.
Temos de procurar soluções inteligentes, onde com boa vontade e esforço tudo se consegue.
Sabedores das reais necessidades dos ciclistas, percebemos que algumas vezes as medidas tomadas são paliativas, ineficazes ou insuficientes.
Não se pode omitir de olhar para um contingente de mais de 20 mil trabalhadores que se deslocam de bicicleta todos os dias pelas ruas da cidade as quais não comportam um trânsito que está cada vez maior e mais caótico.
Estes mesmos trabalhadores que se arriscam todos os dias sem saber se chegarão a seus destinos também são eleitores. Também são cidadãos e sua causa deve ser considerada nesta casa como qualquer outra que trate de saúde, meio-ambiente e qualidade de vida, questão prioritária e importante Como contam seus votos devem ser ouvidas suas vozes sem a surdez pós – eleitoral que impede se traduzam palavras e promessas em ações.
Estamos hoje na casa do povo debatendo um assunto de suma importância, mobilidade urbana, principalmente no que concerne ao uso de bicicleta e tudo ao que a ela diz respeito. Medidas simples e concretas poderiam se tornar grandes feitos sob o olhar de um cilcista, como por exemplo contar com locais seguros para deixar sua bicicleta quando vai para o trabalho, quando vai ao supermercado ou quando precisa se deslocar a algum órgão público. O Senhor Prefeito e seus Secretários, talvez, enfrentem muitas dificuldades para resolver os problemas que atingem os ciclistas. Quem sabe existam questões prioritárias para resolver. Problemas que tenham maior importância, como é o caso da saúde. Mas se olharmos para a questão do deslocamento por meio de propulsão humana veremos que este também é um assunto de saúde pública. A médio e longo prazo, uma população que pratique mais exercícios físicos deixará de procurar postos de saúde e hospitais com tanta freqüência, desinchando tais locais sempre tão superlotados.
Há ainda o aspecto do meio – ambiente, mais ciclistas, mais ar puro, menos barulho.
Andar de bicicleta e exigir uma infra-estrutura aceitável não é nenhum capricho. Deixar de atender nossas reivindicações é. Fazer as coisas sem planejamento é amadorismo. Existem pessoas, profissionais capazes de elaborar um sistema cicloviário de primeiro mundo, mas penso que falta vontade política. Vontade de abraçar a questão e apontar soluções. Existem programas, projetos Federais, alternativas inúmeras para driblar a possível escassez de recursos e Santa vitória e São Lourenço do sul são prova disto, basta um pouco de interesse como o que tem sido demonstrado pelo Vereador Eduardo Macluf que desde a época da campanha e agora, depois de eleito, tem buscado trazer a questão da mobilidade urbana para o debate sem deixar de incluir a bicicleta.
Pelotas poderá se tornar referência nacional no que tange ao cuidado de seus ciclistas, de seus trabalhadores. Poderá oferecer condições de deslocamento sendo construídas mais ciclovias ou ciclofaixas funcionais, bem planejadas e interligadas a um eixo cicloviário efetivo, construído para ciclistas ou portadores de incapacidades físicas. Poderiam ser realizados incentivos ao setor privado como contrapartida. Podem ser feitas parcerias com as Universidades que, aliás, não têm um lugar próprio para guardar a bicicleta quando não impedem o ingresso desta em suas dependências
Precisamos quebrar este paradigma e avançar no processo de civilizar a sociedade. Mas urge que estas medidas venham do Poder Público. Chegará o dia em que as ciclofaixas serão responsáveis pelo incremento da economia, seja através do turismo ou pela oferta de novos empregos, é uma questão de sermos visionários e plantarmos a semente desde já.
Algumas pessoas, poucas é verdade, tentam generalizar as atitudes de alguns ciclistas alegando que não respeitam nada. Consideram o ciclista uma espécie de marginal, pensam que são simplesmente uns pobres coitados que andam por ai de qualquer jeito, atrapalhando o trânsito como se não fizéssem parte dele. Eu mesmo já fui proibido de adentrar estabelecimentos comerciais, galerias, por estar de bicicleta.
Chegam a ser tachados, ninjas, pois pensa-se que tem o poder da invisibilidade. “Apareceu do nada”. Eu não o vi” “De onde surgiu” . Quando não se ouve coisa pior.
São atitudes que não tem justificativa e que somente podem ser consideradas como uma extrema falta de educação e respeito por pessoas, iguais a todos e que não tem condições mínimas de trafegabilidade na cidades tendo de se submeter a rotas de trânsito perigosas para trazer o sustento da família.
Por escolha, necessidade ou trabalho, lazer ou saúde todos tem o direito de pedalar com responsabilidade é fato, mas não vi em lugar nenhum o transito de veículos automotores ser proibido por existirem motoristas imprudentes, nervosos e que até dirigem alcoolizados, porque só ciclista tem de sofrer punição moral tão severa.
Em Copenhagem, 1 a cada 3 habitantes se desloca de bicicleta e estamos falado de uma cidade onde a renda per capita é maior do que a dos EUA. Seus habitantes, como também acontece em Amsterdã na Holanda, fazem tudo de bicicleta, vão para o trabalho, às compras, passeios e escolas pedalando.
E mais, crianças na escola, desde pequenas, aprendem regras de trânsito relacionadas ao uso da bicicleta.
Talvez também por isso estes países podem ser considerados primeiro mundo.
Nós, que muitas vezes buscamos inspirações em tais países, poderíamos olhar estes exemplos promovendo mudanças internas e externas principalmente àquelas relacoinadas ao preconceito.
Bem, estamos aqui reunidos para apontar soluções e ir atrás de alternativas. Esta luta não é inglória e representa melhorias para todos. Não queremos mais promessas, queremos ações. Precisamos de muito trabalho e esforço conjunto. Um cicloabraço a todos e nos encontramos em alguma esquina. Muito obrigado.
Olá a todos, muito bom dia. Me chamo Horacio, sou professor, casado, pai de um filho de 10 anos. Faço parte do MUBPel (Movimento de Usuário de Bicicleta de Pelotas) que há 6 anos luta por uma Política de trânsito que abrace a questão do ciclista com o mesmo afeto e dedicação como se abraça e protege um filho. Política que considere o ciclista em suas projeções, intervenções e planejamento de forma constante e efetiva.
Em primeiro lugar gostaria que este Governo Municipal agisse dessa maneira, de forma direta e sem rodeios, minimizando a problemática do uso da bicicleta em nossa cidade.
Temos de procurar soluções inteligentes, onde com boa vontade e esforço tudo se consegue.
Sabedores das reais necessidades dos ciclistas, percebemos que algumas vezes as medidas tomadas são paliativas, ineficazes ou insuficientes.
Não se pode omitir de olhar para um contingente de mais de 20 mil trabalhadores que se deslocam de bicicleta todos os dias pelas ruas da cidade as quais não comportam um trânsito que está cada vez maior e mais caótico.
Estes mesmos trabalhadores que se arriscam todos os dias sem saber se chegarão a seus destinos também são eleitores. Também são cidadãos e sua causa deve ser considerada nesta casa como qualquer outra que trate de saúde, meio-ambiente e qualidade de vida, questão prioritária e importante Como contam seus votos devem ser ouvidas suas vozes sem a surdez pós – eleitoral que impede se traduzam palavras e promessas em ações.
Estamos hoje na casa do povo debatendo um assunto de suma importância, mobilidade urbana, principalmente no que concerne ao uso de bicicleta e tudo ao que a ela diz respeito. Medidas simples e concretas poderiam se tornar grandes feitos sob o olhar de um cilcista, como por exemplo contar com locais seguros para deixar sua bicicleta quando vai para o trabalho, quando vai ao supermercado ou quando precisa se deslocar a algum órgão público. O Senhor Prefeito e seus Secretários, talvez, enfrentem muitas dificuldades para resolver os problemas que atingem os ciclistas. Quem sabe existam questões prioritárias para resolver. Problemas que tenham maior importância, como é o caso da saúde. Mas se olharmos para a questão do deslocamento por meio de propulsão humana veremos que este também é um assunto de saúde pública. A médio e longo prazo, uma população que pratique mais exercícios físicos deixará de procurar postos de saúde e hospitais com tanta freqüência, desinchando tais locais sempre tão superlotados.
Há ainda o aspecto do meio – ambiente, mais ciclistas, mais ar puro, menos barulho.
Andar de bicicleta e exigir uma infra-estrutura aceitável não é nenhum capricho. Deixar de atender nossas reivindicações é. Fazer as coisas sem planejamento é amadorismo. Existem pessoas, profissionais capazes de elaborar um sistema cicloviário de primeiro mundo, mas penso que falta vontade política. Vontade de abraçar a questão e apontar soluções. Existem programas, projetos Federais, alternativas inúmeras para driblar a possível escassez de recursos e Santa vitória e São Lourenço do sul são prova disto, basta um pouco de interesse como o que tem sido demonstrado pelo Vereador Eduardo Macluf que desde a época da campanha e agora, depois de eleito, tem buscado trazer a questão da mobilidade urbana para o debate sem deixar de incluir a bicicleta.
Pelotas poderá se tornar referência nacional no que tange ao cuidado de seus ciclistas, de seus trabalhadores. Poderá oferecer condições de deslocamento sendo construídas mais ciclovias ou ciclofaixas funcionais, bem planejadas e interligadas a um eixo cicloviário efetivo, construído para ciclistas ou portadores de incapacidades físicas. Poderiam ser realizados incentivos ao setor privado como contrapartida. Podem ser feitas parcerias com as Universidades que, aliás, não têm um lugar próprio para guardar a bicicleta quando não impedem o ingresso desta em suas dependências
Precisamos quebrar este paradigma e avançar no processo de civilizar a sociedade. Mas urge que estas medidas venham do Poder Público. Chegará o dia em que as ciclofaixas serão responsáveis pelo incremento da economia, seja através do turismo ou pela oferta de novos empregos, é uma questão de sermos visionários e plantarmos a semente desde já.
Algumas pessoas, poucas é verdade, tentam generalizar as atitudes de alguns ciclistas alegando que não respeitam nada. Consideram o ciclista uma espécie de marginal, pensam que são simplesmente uns pobres coitados que andam por ai de qualquer jeito, atrapalhando o trânsito como se não fizéssem parte dele. Eu mesmo já fui proibido de adentrar estabelecimentos comerciais, galerias, por estar de bicicleta.
Chegam a ser tachados, ninjas, pois pensa-se que tem o poder da invisibilidade. “Apareceu do nada”. Eu não o vi” “De onde surgiu” . Quando não se ouve coisa pior.
São atitudes que não tem justificativa e que somente podem ser consideradas como uma extrema falta de educação e respeito por pessoas, iguais a todos e que não tem condições mínimas de trafegabilidade na cidades tendo de se submeter a rotas de trânsito perigosas para trazer o sustento da família.
Por escolha, necessidade ou trabalho, lazer ou saúde todos tem o direito de pedalar com responsabilidade é fato, mas não vi em lugar nenhum o transito de veículos automotores ser proibido por existirem motoristas imprudentes, nervosos e que até dirigem alcoolizados, porque só ciclista tem de sofrer punição moral tão severa.
Em Copenhagem, 1 a cada 3 habitantes se desloca de bicicleta e estamos falado de uma cidade onde a renda per capita é maior do que a dos EUA. Seus habitantes, como também acontece em Amsterdã na Holanda, fazem tudo de bicicleta, vão para o trabalho, às compras, passeios e escolas pedalando.
E mais, crianças na escola, desde pequenas, aprendem regras de trânsito relacionadas ao uso da bicicleta.
Talvez também por isso estes países podem ser considerados primeiro mundo.
Nós, que muitas vezes buscamos inspirações em tais países, poderíamos olhar estes exemplos promovendo mudanças internas e externas principalmente àquelas relacoinadas ao preconceito.
Bem, estamos aqui reunidos para apontar soluções e ir atrás de alternativas. Esta luta não é inglória e representa melhorias para todos. Não queremos mais promessas, queremos ações. Precisamos de muito trabalho e esforço conjunto. Um cicloabraço a todos e nos encontramos em alguma esquina. Muito obrigado.
Abaixo o carro! Viva a bicicleta!
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa!!!Gostei muito de saber que existe o MUBPel e que tem que pessoas que ainda não desistiram de lutar pelas causas de melhorias nas nossas vidas!! Estarei na mobilização na quinta-feira!!
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